sexta-feira, 26 de março de 2010

Sonda espacial Indiana encontra água na Lua

Água na Lua
Usando dados de um instrumento da NASA a bordo de uma sonda espacial indiana, cientistas descobriram moléculas de água nas regiões polares da Lua.
As observações foram feitas pelo instrumento Moon Mineralogy Mapper, ou M3, a bordo da sonda espacial indiana Chandrayaan-1, que deixou de funcionar há algumas semanas. As sondas Cassini e Epoxi, da NASA, confirmaram o achado.
Os dados revelaram as moléculas de água ocorrem em quantidades que são maiores do que o previsto, mas ainda relativamente pequenas. Também foram encontradas hidroxilas no solo lunar, moléculas constituídas de um átomo de oxigênio e um átomo de hidrogênio.
"Encontrar água congelada na Lua tem sido uma espécie de Santo Graal para os cientistas há muito tempo", disse Jim Green, diretor da Divisão de Ciência Planetária da NASA. "Esta descoberta surpreendente foi possível graças à criatividade, à perseverança e à cooperação internacional entre a NASA e a Organização de Pesquisas Espaciais da Índia.

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Existência histórica de Jesus discutida por especialistas

Viciados em teorias da conspiração adoram a idéia: Jesus nunca teria existido. As histórias sobre sua vida, morte e ressurreição que chegaram até nós seriam mera colagem de antigos mitos egípcios e babilônicos, com pitadas do Antigo Testamento para dar aquele saborzinho judaico. Na prática, Cristo não seria mais real do que Osíris ou Baal, dois deuses mitológicos que também morreram e ressuscitaram.Viciados em teorias da conspiração adoram a idéia: Jesus nunca teria existido. As histórias sobre sua vida, morte e ressurreição que chegaram até nós seriam mera colagem de antigos mitos egípcios e babilônicos, com pitadas do Antigo Testamento para dar aquele saborzinho judaico. Na prática, Cristo não seria mais real do que Osíris ou Baal, dois deuses mitológicos que também morreram e ressuscitaram.
No entanto, para a esmagadora maioria dos estudiosos, sejam eles homens de fé ou ateus, a tese não passa de bobagem. A figura de Jesus pode até ter “atraído” elementos de mitos antigos para sua história, mas temos uma quantidade razoável de informações historicamente confiáveis sobre ele, englobando pistas de fontes cristãs, judaicas e pagãs.

De Paulo a Tácito: Começamos, no Novo Testamento, com as cartas de São Paulo, escritas entre 20 anos e 30 anos após a crucificação do pregador de Nazaré. Cerca de 40 anos depois da morte de Jesus, surge o Evangelho de Marcos, o mais antigo da Bíblia; antes que o século 1 terminasse, os demais Evangelhos alcançaram a forma que conhecemos hoje. A distância temporal, em todos esses casos, é a mais ou menos a mesma que separava o historiador Heródoto da época da guerra entre gregos e persas, que aconteceu entre 490 a.C. e 479 a.C. – e ninguém sai por aí dizendo que Heródoto inventou Leônidas, o rei casca-grossa de Esparta.Outra fonte crucial é Flávio Josefo, autor da obra "Antigüidades Judaicas", também do século 1. O texto de Josefo sofreu interferências de copistas cristãos, mas é possível determinar sua forma original, bastante neutra: Jesus seria um “mestre”, responsável por “feitos extraordinários”, crucificado a mando de Pilatos, cujos seguidores ainda existiam, apesar disso. Duas décadas depois, o historiador romano Tácito conta a mesma história básica, precisando que Jesus tinha morrido na época de Pilatos e do imperador Tibério (duas referências que batem com o Novo Testamento).
Esses dados mostram duas coisas: a historicidade de Jesus e também sua relativa desimportância diante das autoridades romanas e judaicas, como um profeta marginal num canto remoto e pobre do Império.

Fonte: G1

quarta-feira, 24 de março de 2010

Por trás dos pousos da Lua, voos da imaginação

John Strausbaugh

Nessa segunda-feira (20), fará quarenta anos que Neil Armstrong tornou-se o primeiro ser humano a pisar na Lua. Mas durante milênios antes dele as pessoas imaginaram esse salto gigantesco na ficção, em fábulas e filmes. Elas voaram até a Lua em navios-foguetes, carruagens aladas e projéteis disparados por enormes canhões. Lá encontraram gigantes, homens-insetos, nazistas e mulheres seminuas.Embora as histórias de viagens lunares anteriores a 1969 fossem muitas vezes tolas ou satíricas, Frederick I. Ordway 3º, um ex-pesquisador da Nasa, afirma que elas tiveram uma função crítica para inspirar os cientistas que realmente levaram os homens até o satélite."Todos eles leram H.G. Wells e Júlio Verne", disse Ordway recentemente. "A ficção científica incentivou a todos nós nos primeiros tempos, acho que sem exceção."Quando era menino, no Upper East Side de Manhattan na década de 1930, Ordway devorava revistas de ficção científica como "Amazing Stories" e "Thrilling Wonder Stories"; mais tarde ele doou cerca de 900 delas para a biblioteca do Harvard College. Nos anos 1940, ele foi um estudante membro da Sociedade Americana de Foguetes, uma organização de entusiastas do espaço que construiu, testou e disparou pequenos foguetes em Nova York e Nova Jersey.Depois de se formar em Harvard em 1949 com um diploma em geociências, Ordway foi trabalhar para a Reaction Motors, que construía motores para os aviões-foguetes experimentais X-1 e X-15. A partir de meados dos anos 1950 até meados de 60, ele trabalhou em Huntsville, Alabama, com o cientista de foguetes Wernher von Braun na Agência de Mísseis Balísticos do Exército e depois no Centro de Voo Espacial George C. Marshall, da Nasa.Em 1965, por sugestão do escritor Arthur C. Clarke, o cineasta Stanley Kubrick contratou Ordway como consultor científico para "2001: Uma Odisseia no Espaço". Ordway também escreveu e editou mais de duas dúzias de livros sobre voos espaciais reais e imaginários.Ele disse que a primeira viagem à Lua que se conhece na história escrita foi a do satirista Luciano de Samosata, do século 2º desta era. Luciano começa sua "História Verdadeira" com uma advertência de que é tudo mentira. Ele passa a descrever a navegação em um barco que é carregado até a Lua por uma enorme tromba d'água. Encontra-a habitada por homens que cavalgam abutres de três cabeças e moscas gigantes, e estão em guerra com os habitantes do Sol.No século 16, o poema épico de Ariosto "Orlando Furioso" representa a Lua como o repositório de todas as coisas fora de lugar na Terra. O cavaleiro Astolfo aventura-se até lá em uma carruagem puxada por quatro cavalos mágicos, em busca das ideias perdidas do louco Orlando.O desenvolvimento do telescópio no século 17 provocou muita especulação sobre o satélite e seus possíveis habitantes. Houve até uma primeira corrida espacial, pelo menos no papel, quando patriotas ingleses exortaram seus conterrâneos a colonizar a Lua antes que outras nações o fizessem.O astrônomo Johannes Kepler escreveu suas especulações lunares como ficção. Em "Somnium" (Sonho), publicado postumamente em 1634, um jovem é carregado por demônios da Lua. As descrições de Kepler de uma superfície lunar árida são bastante precisas, mesmo que ele a povoe com cobras gigantes e outras criaturas.Domingo Gonsales (na verdade Francis Godwin, bispo de Hereford) voou para a Lua em uma cadeira puxada por gansos no livro de sucesso no século 17 "The Man in the Moone" (O Homem na Lua). Ele descobre que ela é "outra terra", povoada por gigantes.Em sua sátira "Viagens à Lua e ao Sol", o poeta e satirista Cyrano de Bergerac tenta primeiro um voo lunar carregado por frascos de neblina ascendente, mas só chega até o Canadá. Mais tarde ele consegue atingir o seu destino impulsionado em parte do caminho por foguetes, um dispositivo que parece ter ocorrido a pouquíssimos escritores antes do século 20.No século 18, o barão Hieronymus Karl Friedrich von Munchausen contou tais histórias sobre si mesmo que outros aderiram, transformando-o em ficção durante sua própria vida. Eles o fizeram viajar para a Lua uma vez com um pé de feijão gigante e outra em um navio voador carregado, como o de Luciano, por uma tempestade. Lá ele conhece o rei com uma cabeça destacável -representado por Robin Williams no filme de Terry Gilliam "As Aventuras do Barão Munchausen", de 1988.Armstrong mal tinha posto os pés na lua quando surgiu uma teoria da conspiração de que o pouso lunar era uma fraude. Em "The Sun and the Moon" (O Sol e a Lua - Basic Books, 2008), Matthew Goodman descreve uma primeira fraude lunar cometida no verão de 1835 pelo jornal "The New York Sun".Foi uma série de artigos que contavam as observações lunares de um verdadeiro astrônomo britânico, John Herschel, cujo telescópio gigante supostamente lhe trazia imagens de bisões peludos, bodes de um só chifre e o "Vespertilio-homo, ou homem-morcego". O autor anônimo, um jornalista chamado Richard Adams Locke, misturou com tal habilidade o científico e o fantástico que muitos leitores acreditaram. Herschel, cujo observatório ficava na África do Sul, não gostou da brincadeira."Houve um tremendo interesse por astronomia naquele ano porque o cometa Halley, que fora visto pela última vez em 1759, estava a caminho naquele outono", disse Goodman.Um leitor aborrecido com a piada de Locke, acrescentou Goodman, foi Edgar Allan Poe. Naquele mesmo verão o "The Southern Literary Messenger" publicou a fraude lunar de Poe, "The Unparalleled Adventure of One Hans Pfaall" (A Aventura sem Paralelos de um Certo Hans Pfaall), que não chamou muito a atenção.Em 1844, fraudes sobre a Lua eram tão comuns que o "Messenger" fez uma paródia, "Lembranças da Viagem de Seis Dias na Lua por um Homem Aeronáutico". O narrador conta que flutuou até a Lua usando "uma nova e até então desconhecida ciência chamada aerotismo, ou a faculdade de autossuspensão no ar".No romance de Júlio Verne "Da Terra à Lua" (1865), três aventureiros voam para a Lua em um projétil disparado por um canhão gigante. Na sequência, "Ao Redor da Lua", os viajantes orbitam o satélite e retornam à Terra.Os filmes ainda estavam na infância quando ocorreram as primeiras viagens à Lua em celulóide. O curta "Viagem à Lua" de Georges Meliès, de 1902, uma adaptação cômica das novelas de Verne, mostra o projétil acertando o olho do Homem da Lua, e os viajantes encontram uma corrida demoníaca de homens lunares. O longa-metragem "Da Terra à Lua", de 1958, estrelado por Joseph Cotten, é uma adaptação mais fiel das obras de Júlio Verne.Os heróis de "Os Primeiros Homens na Lua", de H.G Wells, de 1901, são levados até lá por uma substância antigravidade. Eles encontram "vacas lunares" gigantes e uma raça de cinco homens-insetos lunares, os Selenitas. Uma adaptação para o cinema, com efeitos especiais do renomado animador Ray Harryhausen, saiu em 1964.Wells escreveu o roteiro para o filme de 1936 "Things to Come" (Coisas do Futuro), um épico sobre o futuro da humanidade no qual os primeiros homens a circundar a Lua, em 2036, são disparados para o céu por um "canhão espacial" gigantesco que lembra o de Verne.No século 20, quando pioneiros como Von Braun e Robert Goddard desenvolviam os foguetes, as naves espaciais também se tornaram meios dominantes de viagem lunar na ficção e no cinema. O desenhista de foguetes Hermann Oberth deu conselhos técnicos para o diretor Fritz Lang fazer uma viagem à Lua parecer convincente no filme mudo de 1929 "Frau im Mond". (Oberth tentou, mas não conseguiu construir um foguete de verdade para lançar quando o filme estreasse.)Foguetes à Lua proliferaram em livros para jovens leitores nos anos do pós-guerra. No romance para jovens adultos de Robert A. Heinlein "Rocket Ship Galileo" (1947), uma equipe de adolescentes americanos voa em um foguete ("Seja um bom menino na Lua", adverte uma das mães), mas descobre que os nazistas os superaram. No livro infantil de Marcia Martin "Tom Corbett: A Trip to the Moon" (1953), os pequenos Johnny e Janie voam para lá na nave espacial Polaris de Corbett. "Cuidado com os grandes buracos", Corbett avisa os meninos enquanto dão seus grandes saltos para a humanidade.O filme "Destination Moon" (Destino Lua - 1950) talvez seja o mais científico filme espacial da década, com roteiro escrito em parte por Heinlein, belo trabalho de arte do ilustrador de ciência e ficção científica Chesley Bonestell e até um desenho animado em que o Pica-Pau explica a física do voo espacial. (Heinlein também escreveu um argumento para um filme que nunca foi produzido chamado "Abbott and Costello Move to the Moon".)Em meados dos anos 1950, o programa de televisão "Disneyland" mostrou uma série de episódios de uma hora de "Tomorrowland" (A terra do amanhã) sobre voo espacial. Combinando palestras de Von Braun e outros cientistas de foguetes, drama ao vivo e animação engenhosa, os programas, disponíveis em DVD, são ainda hoje obras maravilhosas de educação e entretenimento.Os filmes sobre a Lua anteriores a 1969 não eram todos destinados ao público familiar. Os habitantes lunares no filme de baixo orçamento "Cat-Women of the Moon" (Mulheres-gatas da Lua - 1953) são jovens de malhas pretas (anunciadas como "As garotas da capa de Hollywood") que pretendem conquistar os homens da Terra. O filme de muito baixo orçamento "Nude on the Moon" (Nuas na Lua - 1961) povoa o satélite (na verdade a atração turística Castelo de Corais, na Flórida) com garotas fazendo "topless".Ordway ajudou a fazer de "2001: Uma Odisseia no Espaço" um dos mais convincentes filmes de viagem espacial já feitos. Lançado na primavera de 1968, um ano e alguns meses antes do passo histórico de Armstrong, talvez tenha sido preciso demais em um sentido. Ao mostrar a viagem lunar como rotineira e até entediante, antecipou como a excitação mundial sobre a viagem do Apollo 11 se transformaria em desinteresse global nas últimas missões à Lua. Talvez depois de 2.000 anos de abutres de três cabeças, homens-morcegos e garotas seminuas, a Lua de verdade só pudesse parecer um tanto sem graça quando chegamos lá.Hoje a Nasa planeja enviar homens à Lua por volta de 2020, e depois aventurar-se a Marte. Ordway, que lembrou quando a agência espacial planejava colocar homens em Marte por volta de 1987, aprova totalmente. "O próximo passo precisa ser dado", ele disse. "Se não o dermos, outros o darão"
Tradução: Luiz Roberto Mendes Gonçalves

Fonte Noticias UOL

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